domingo, 1 de março de 2009

Num dia de Sol

Num dia de Sol tentamos sempre usufruir ao máximo do seu esplendor, percorremos jardins com a beleza que os habitam e com uma magia única como quem chama por alguém, para ver a sua melhor faceta com raios de Sol a cairem sobre ele.

Um passeio pela praia para sentir uma harmonia quase silenciosa e perfeita ao qual é quebrada pelo som do mar. Ao caminharmos com o Sol a nosso lado sentimo-nos melhor, pois sentimos o seu calor e vemos o seu brilho a ajudar-nos a caminhar com a sua pureza e delicadeza, que faz o seu melhor enquanto está lá em cima e continua até se por no horizonte ao final do dia.


Amorvosso

Sentado numa esplanada


Sentado numa esplanada, com o mar como pano de fundo, com uma leve brisa a passar pelo rosto e com o sol a descer no horizonte. Faz com que saboreemos o que esta paisagem artisticamente viva nos traz de bom, o que podemos usufruir dela sem termos de dar nada em troca a não ser a nossa presença.
Estando com ou sem companhia, ficamos deliciados com que isto nos proporciona e a calma que transporta ate nós, onde ficamos ainda mais calmos e descontraidos como o nosso ser.
A beleza desta paisagem não nos é dada todos os dia, o mar baloiçar até onde é capaz de ir na areia, o som das ondas a rebentar e a fazer um som agradável a qualquer ouvido, o por-do-sol deslumbrante a que poucas pessoas podem usufruir nestas condições, junto com uma leve brisa que a acompanha ate o sol se deitar no horizonte. Magnifica que existe nesta costa maravilhosa.
E assim acaba-se um dia com uma das maravilhas que podemos usufruir, sem termos que pagar por isso.

Amorvosso

domingo, 22 de fevereiro de 2009

AMO-TE LOUCAMENTE!

Olho-te nos olhos e vejo que me amas,
Mas a tua ausência me deixa em chamas.
Meu amor por ti me deixa louca,
Mas a distância é coisa pouca.
Falta algo para acender esse amor?
Diz-me tudo, por favor, sem rancor.
Será que não sou intensa
Para preencher a tua solidão imensa?
Diz-me onde errei para poder consertar
O estrago que te fiz e te poder amar.


Marisocas

Rochedo que choras...

Dizem que os objectos não choram...
Que não sentem...

Mas eu digo que cada criação tem o sentimento do seu criador...

Já não acredito em deus...
Como poderia...
Apenas acredito que na natureza nada se cria...
Apenas muda de forma...
E o único criador é o ser humano...
Ao moldar o mundo a sua volta...
Segundo o seu egoísta desejo...
Mudando tudo em seu redor e tornando o mundo em algo que eu já não sei se é o melhor para ele mesmo...
Apenas vejo que as criações humanas ultrapassam os limites do ridículo por vezes...
Outras vezes tocam o derradeiro divino...
Como na mesma espécie pode haver tal variedade...
Uns seres criarem uma obra-prima, arte de beleza infinita...
E outros criarem apenas conflitos e guerras para seu proveito...
Ou apenas por estupidez...
Como pode um génio partilhar com um inermemente os mesmos olhos...
As mesmas pernas...
Os mesmos braços...
A mesma pele...

Apenas me conforto com a ideia de poder ver ainda coisas imutáveis...
Poder sentir o cheiro das árvores ainda...
O cheiro da terra...
O som dos pássaros...
O toque da agua do rio...
Mas também sei que sou afortunado por poder sentir isto...

Hoje quando acordei não fui capaz de dizer uma única palavra até este momento...
Apenas sinto um vazio em mim...
Pois vejo um mundo sem motivo ao acordar...
Saio dos meus sonhos sem sonhos e não consigo sonhar...
Não consigo ver-me para alem do hoje...
Não vejo futuro...
Já não há futuro para mim...
Apenas vivo um dia de cada vez...
sofrendo...
aguentando...
Sem pensar no que virá...
Para assim poder aproveitar cada pequena coisa que me acontece de bom...
E não sofrer com o mal antes de este me acontecer...

Esta estátua tem o sentimento do seu criador...
Este pedaço de mármore chora...
Chora como o seu criador...
Pois ele chora pelo mundo...
Porque o mundo, tal como a mim, o magoa por dentro...
O facto de ter de viver mais um dia...
Mais um dia de sofrimento...
Mais um dia a ver a miséria...
A decadência...
A falta presente de um futuro...
Mais um dia neste mundo que faz até uma rocha chorar...

Obscuramente
(André Afonso)