domingo, 11 de janeiro de 2009

Num único momento...

Parte-se uma lágrima
Nos meus dedos marcados
Deslizando em vidros quebrados
Pelas impressões digitais
Da minha não pessoa
A identidade que não se revela
Foge como agua
A tinta da minha cor
Nos sentimentos que não pegam
Na tela de emoções
Ainda branca
Preta no escuro
Perdida
Solitária que uiva
Morta que chora
E viva que grita
Num pranto desesperado
Cortado de dor
Doloroso e lacerado
Golpes que não saram
Sangue que já não escorre
Infecção nos nervos
Tremores sólidos
Sentido sem direcção
E direcções sem sentido
Vida que não é vida…

Desespero que leva a uma morte inevitável…

Obscuramente
(André Afonso)

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